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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O QUE A GALINHA NOS DÁ

Seção infantilidades filosóficas

O QUE A GALINHA NOS DÁ? E A VAQUINHA?
(Arte by Itamar Rios, detalhe de charge - 2011, unauthorized)

A mãe de Rafael examinava o caderno de tarefas dele. E não gostou da avaliação da professora, que deu zero ou marcou com um grande xis de “errado”. Ora, disse a mãe, as respostas estão corretas! E eu vou lá discutir isso com a professora. E foi. No caminho, já pensava: Que absurdo! Que estereótipo! O Rafael respondeu certinho e isso não vai ficar assim.
A professora de Rafael caiu no golpe das velhas fórmulas, que repetiu sem pensar. Sem pensar que os meninos de hoje são muito espertos. E essa querida e respeitável alfabetizadora ainda deu azar, pois a mãe do Rafinha também era professora. E havia estudado a nova pedagogia crítica, a psicopedagogia e coisa e tal.
Na escola, com todo o respeito e com muito jeito, essa mãe contestou o exercício de completar. E podem apostar que haviam colado no caderno do garoto uma folha mimeografada a álcool, azul, com aquelas figuras de olhos grandes, tipo meio abestalhado. Para colorir. E decerto a vaca tinha um laço de fita no rabo e um sino no pescoço. E a galinha teria mãos e luvas e aquela cara de assustada. Estereótipo de massas.
Eis o que se pedia a Rafael e sua turminha de primeiras letras e números.
"Completem as frases:
a)    A vaca nos dá....
b)    A galinha nos dá...
Etc. "
Rafael, muito ativo, completou assim, respectivamente:
"a)...coice, chifrada.
b)...bicadas, unhadas."

E é claro que a mãe do Rafa empregou o velho e bom argumento da mais recente bio-ética: nós roubamos da vaca o leite que ela ajunta para sua cria. E nós tomamos da galinha os ovos que ela reúne para constituir uma enorme família (e não omeletes). Moral da história: temos que mudar o ponto de vista e evitar os eufemismos enganosos.


Atenção, pais e mães e professores e professoras. É importante avançarmos mais na formação desse aspecto, para nós e para alunos de todas as idades: respeito pelos animais. O Instituto Nina Rosa oferece materiais e campanhas direcionados à educação formal e informal. Diminuir o sofrimento dos animais não-humanos é uma das metas. Endereço abaixo:

http://www.institutoninarosa.org.br/

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Seção de Encerramento do Congresso: Questões organizativas

Professor Uilson vem aí.
Este blog surgiu com a disciplina PIPPE. E depois serviu por um semestre a nossa turma da Pedagogia. E agora vamos anotar aqui idéias, causos e ”memórias de um parteiro”, deste professor, que não é o Luis Carlos mas está prestes a parar de lecionar. “Eu vou parar. Eu vou parar. Eu vou parar de lecionááá...” (canção näif do ye-ye-ye en los sixties)
Ainda uma notícia, com ligeira alteração. Caras alunas da Pedagogia da UFU, é o Prof. Uilson quem vai continuar o trabalho da disciplina Filosofia. Eu cometi aquela gafe terrível de correr com a matéria, pensando que o programa fosse semestral. E é anual. Corri e cansei. O Prof. Uilson vai acertar se distribui os 40 pontos restantes ou se faz uma regra de três e espreme os 60 em 50, etc. Isso é entre vocês e ele.
Quanto ao programa, conteúdo, isso depende mais dele. Eu mesmo esgotei o assunto que pretendia. Se continuasse com a turma, ia ter que inventar – mascar palha seca, embora sempre sem embromation.  Mas ele não está cansado; está começando e cheio das idéias. Se eu puder sugerir algo – e de fato já o fiz – é “filosofia para crianças”. Pode ser útil às alunas, muitas das quais já trabalham em escolas infantis e instituições semelhantes. Eu mesmo nunca li textos dessa área, de linha norte-americana ou outra. Nunca li o livro Menos Prozac & mais Platão (ou seria “Menos melhoral infantil”?). E nem li, tipo assim “Filosofia dos Simpsons”. Vocês resolvam com o novo professor novo. Sei de um livro, com título sugestivo: Ari dos Teles. Não li e não sei se gostei.
Eu, quando muito, conto anedotas de pai. E de tio, como no caso acima. Caio no particular, na narratividade, diriam. Mas, ao contrário de Sócrates e de Raí, eu sei disso. Isso: prefiro narrar (a teorizar ou general-izar, por exemplo).


jaó?

jaú?

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