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sexta-feira, 29 de junho de 2012

ALGUNS FILÓSOFOS ESCRAVOS COERENTES

Grupo 9 e professor de "filosofia" na Pedagogia:

Esse grupo fez a última exposição do dossiê "Ensino de Filosofia". Em seguida, na fase online desse semestre, foi pedido um exerício com o texto de Renata Aspis, a partir de três idéias que incomodam e, de fato, provocaram o debate e a crítica do professor.
Para dramatizar um pouco e motivar as alunas, disse o funcionário público: vocês também poderiam lecionar filosofia, eu não quero ser coerente e não sou escravo!

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Quem quiser ler o texto na íntegra tem o endereço ao final deste post.



O PROFESSOR DE FILOSOFIA:
O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO
COMO EXPERIÊNCIA FILOSÓFICA.
Renata Pereira Lima Aspis

O contexto que envolve o ensino de filosofia para jovens, na escola, é complexo. É possível que o professor de filosofia pense: para que defendo a filosofia na escola? O que há de específico na filosofia que a faz necessária no currículo dos jovens? Qual filosofia ensinar? Como fazê-lo? Damos aulas de filosofia ou de filosofar? O que é a filosofia? O que é o filosofar? É possível essa separação das duas coisas? Ora, assim o professor terá começado a pensar filosoficamente o ensino de filosofia e só isso já pode ser um bom começo.

Filosofia ou filosofar
   Uma clássica questão que se levanta sobre a cisão entre filosofia e filosofar, desde Kant, é defender a impossibilidade de ensinar filosofia, sem filosofar. Para ele a filosofia é um saber que está sempre incompleto, está sempre em movimento, sempre aberto, sempre sendo feito e se revendo e por isso não pode ser capturado e ensinado. O ato de filosofar, por sua vez, seria composto de passos conscientes na análise e crítica dos sistemas filosóficos, exercitando o talento da razão, investigando seus princípios em tentativas filosóficas já existentes.
  A isso se contrapõe o exemplo de Hegel ao afirmar que quando se conhece o conteúdo da filosofia não apenas se está aprendendo a filosofar, mas que já se está filosofando propriamente. Daí que para ele não é possível ensinar filosofia sem ensinar a filosofar, assim como não é possível ensinar a filosofar sem ensinar filosofia.
Entre Kant e Hegel: pista livre para briga de cachorro grande

A vocação Formativa
   O ensino de filosofia deve ser produção de filosofia, deve ser filosofar. Isso pode parecer fácil de entender, porém não antes de se perguntar: Ora, mas para que ensinar filosofia para os jovens na escola? Qual o papel formativo da filosofia? Se a colocamos dentro da escola, é para que cumpra uma determinada função na formação da subjetividade do jovem estudante. E que função é essa?
   O justo é educar para oferecer condições para o educando conquistar o pensamento autônomo. O pensamento que conhece suas razões, que escolhe seus critérios, que é responsável, consciente de seus procedimentos e consequências e aberto a se corrigir. Pensamento criativo, capaz de rir de si mesmo, buscador de compreensão, sempre atento ao seu tamanho justo. Afirmamos que o ensino de filosofia como experiência filosófica pode desenvolver esse pensamento.

Experiência filosófica
   A aula de filosofia tem que ser uma experiência filosófica, dentro dessa ideia está a construção do aluno, criativamente por ele mesmo e também pelo professor. Mas Como fazer isso? Como passar por uma experiência filosófica? Exatamente como os filósofos fazem. Tudo deve partir das questões levantadas pelos próprios alunos, a filosofia surge como tentativa de elaboração de saídas para os problemas concretos.
   As aulas de filosófica como lugar da experiência filosófica, têm como objetivo oferecer critérios filosóficos para os alunos julgarem a realidade por meio da prática do questionamento filosófico e da construção de conceitos.

O professor de filosofia deve ser filósofo
   O professor de filosofia deve ser um filósofo, pois as aulas de filosofia são aulas de filosofar, elas são produção de filosofia. Nas aulas o professor não professa, não apregoa, não é depositário de verdades, ele é um super-herói às avessas: ele cria problemas, mas também é ele quem vai orientar sua solução.
   O professor vai ensinar a pensar filosoficamente, a organizar perguntas num problema filosófico, ler e escrever filosoficamente, a investigar e dialogar filosoficamente, avaliar filosoficamente, criar saídas filosóficas para o problema investigado. E vai ensinar tudo isso na prática e sem dar formulas a serem apenas reproduzidas. Durante suas aulas o professor também estará sendo formado.
Vender o peixe, mas não no grito.


O professor de filosofia é modelo
   O professor de filosofia tem que ser coerente com sua maneira de orientar o pensamento dos alunos, não deve haver um descompasso entre o que ele fala e faz. O professor de filosofia quer que o aluno seja ele mesmo, pois o aluno tem que ter o desejo de buscar o conhecimento. Quando o professor dá aula ele também vira um aprendiz.
   Nietzsche considera o professor de filosofia com um servo filosófico, pois o professor é escolhido e obrigado a submeter-se a atividades e horários predeterminados para pensar em público sobre coisas também predeterminadas. Ele tem o papel de orientar um grupo que estuda e investiga além de ter papel de provocar os alunos para que tenham ideias.




Aulas de Filosofia: espaço de criação
   Dizer que o professor produz filosofia em sala de aula não significa afirmar que ele faça isso apenas lá, ele pode desenvolver seu trabalho filosófico na universidade ou fora dela. Podendo haver assim um diálogo entre essas duas facetas, ensino e pesquisa desembocando numa só atividade de forma que um enriqueça a outra.
   As aulas de filosofia são lugar de estudo e produção filosófica, nela cada dia surge o novo, pois essas aulas são um espaço criação.
Poder pode ser só isso: um carimbo que dá permissão limitada.


Ensino filosófico de filosofia e poder
Quando organizamos pensamentos e ideias, estamos exercitamos o ato de filosofar. O aluno pode se submeter as vontades do mestre  e nunca jamais a sua inteligência no ato de ensinar e aprender existem duas vontades e duas inteligências .O papel do professor é orientar os alunos dando a eles espaço para o desenvolvimento autônomo de cada individuo, contribuindo com a formação de subjetividade original de cada aluno educando o outro para ser o outro.

Sendo o professor um pensador filosófico ele escolhe critérios, seleciona conteúdo, usa estratégias e instrumentos para programar seu curso, buscando conhecer a realidade da sala de aula e de seus alunos dando a cada um o poder de aprender filosofia, organizando as ideias e os pensamentos para a prática do ato de filosofar. Por isso não podemos separar filosofia do ato de filosofar, cada indivíduo busca dentro de si a vontade de expor novas ideias, novos pensamentos, buscando uma compreensão, uma saída,  na formação de um processo que esta sempre se formando, em busca de novos rumos e construindo um pensamento individual  e autônomo do mundo para o mundo.

Sai dessa. E entra em outro labirinto do J. L. Borges,
a biblioteca.


Texto integral no endereço a seguir:


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Alunas: Alexandrina de Fátima da Costa
              Isabella Ferreira Soares Santos
              Luana Xavier Mendes
              Thaís Ferreira Rocha

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Filosofar é fazer o que os filósofos fazem


O blog do Pippe Show está orgulhosamente a vos apresentar
este que deve ser o penúltimo episódio do dossiê "Ensino de filosofia"

Aí tem os Senhores e Senhoras um roteiro de leitura preparado pelas alunas da pedagogia e depois recortado pelo professor, que não quer incentivar resumos nem apostilas. Desde já anexamos aqui o endereço para leitura do texto na íntegra e sem custos financeiros:


O Prof. Desidério era professor da Federal de Ouro Preto
quando escreveu este artigo, mas sabe-se lá se virou um PhD alhures...



A NATUREZA DA FILOSOFIA E O SEU ENSINO
Desidério Murcho
O português Desidério acerta na boa redundância:
filosofar é fazer o que os filósofos fazem

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A natureza da filosofia levanta dificuldades no modo em que ela é lecionada no Brasil. E esse ensino costuma  negar a natureza aberta e especulativa da filosofia.
As três idéias principais desse artigo:
1)      compreender a natureza aberta e especulativa da filosofia;
2)      distinguir cuidadosamente as competências estritamente filosóficas (diferentes da mera  “informação histórica”);
3)       a leitura filosófica ativa dos textos dos filósofos.

A filosofia se diferencia das demais disciplinas por apresentar poucos resultados consensuais; a maioria dos problemas centrais da filosofia continuam em aberto. E esta afirmação é contraposta por três pontos: não significa que não há resultados; não significa que não há alguns resultados consensuais em filosofia; não é necessariamente o inicio de um elogio ao permanente “questionamento” sem rumo.
Desidério está nessa briga faz tempo:
e vamos eliminar alguns atravessadores!

Parece que afirmar que a filosofia é uma disciplina em aberto, sem resultados substanciais consensuais é uma forma de denegri-la (sic!) [...e avisamos ao colega português: evite o verbo “denegrir”, em desuso, por respeito aos valores étnicos e mestiços, etc.]

Ora, as instituições de ensino estão direcionadas a transmitir o conhecimento já pronto, priorizando os resultados consensuais.

Entramos então em discussão com o “cientismo”, este pode ser definido pela solidez acadêmica de uma dada área de estudos com a qualidade de resultados substancias que esta área produz. O “cientismo” manifesta-se na ideia de que ou a filosofia priorize metodologias que garantam resultados substanciais ou então a mesma tem que ser abandonada. [seguem-se informações históricas]

A filosofia não é um pensamento empírico; é um pensamento a priori, ou seja, não usamos laboratórios, estatísticas, observação telescópica ou microscópica como as demais disciplinas, sendo assim é feita pelo pensamento e tem caráter eminentemente conceptual.
Outro livro com o nome de Desidério na capa:
ele organizou esse junto ao Centro para o Ensino da Filosofia, que é uma unidade da Sociedade Portuguesa de Filosofia formada por professores e investigadores apostados na qualidade do ensino da disciplina. Fundado em Julho de 2000, o Centro tem participado activamente na discussão da reforma dos curricula, nomeadamente com o Ministério da Educação, e publicou já três livros, cumprindo assim o objectivo que consta dos seus estatutos: “o aperfeiçoamento e dignificação do ensino da Filosofia em Portugal”.

O objetivo do ensino genuinamente filosófico da filosofia é ensinar a filosofar, e daí é preciso ensinar a ler os textos filosóficos ativa e filosoficamente.  Só há filosofia se questionarmos as ideias, os argumentos dos grandes filósofos.
Devemos encarar com maturidade que um estudante de filosofia filosofe. Poderá ser incapaz de ser um filósofo de marcada originalidade, mas se é um estudante de filosofia tem que saber filosofar. Filosofar não é fazer relatórios mais ou menos acadêmicos sobre o que os filósofos pensam.
Filosofar é fazer o que os filósofos fazem. E compete-nos a nós ensinar os estudantes a fazer isso. O que significa que temos também de aprender humildemente a fazê-lo porque muitas vezes ninguém nos ensinou tal coisa.
Sorte de Ouro Preto ter lá o Desidério,
mas ele sempre esteve para o mundo todo
nas redes de discussão, desde pelo menos 1997,
quando nosso aluno Kuntz já trocava figurinhas com
o colega português.
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Grupo 3: Amanda, Sílvia, Sandra e Vanessa.

O grupo 3 prefere não expor sua foto,
mas se mudarem de idéia, caras alunas, a moldura já está
aqui esperando uma imagem.
 



quinta-feira, 14 de junho de 2012

BRASIL, NÃO FUJA DA ESCOLA!

Este blog divulga três eventos em Uberlândia. E ficam aqui os convites:

Nota: a arte da coruja que banca a professora, na carteira escolar, é original e foi gentilmente cedida a este blog pelo artista Saulo Devós.
VI ENCONTRO NACIONAL
DE PESQUISA EM FILOSOFIA DA UFU

SESSÃO DE COMUNICAÇÕES

DIA 16 DE JUNHO DE 2012 – SÁBADO
Salas do bloco 5Ó – Campus Sta. Mônica
Das 16:00 às 17:30 (sala 5Ó – A202)

Dentre 60 comunicações, em 20 mesas, destacamos aqui um trio que apresentará autores e temas pertinentes ao campo pedagógico. 
Thaís Crepaldi Watanabe: O conhecimento como relação na Filosofia de Rudolf Steiner.
Denise Franco Silva: As contribuições do Emílio ou da educação, de J-J. Rousseau; e os seus pressupostos da relação entre Educação e Política.
Gisele da Cruz Rosa: Relação entre direitos humanos e educação superior – essência e e sociedade.#
Os demais temas poderão ser conferidos em folder no local, a partir das 14:00. O evento está associado à XV Semana de Filosofia da UFU, com programação em


Outro convite – lançamento de livro:


O Brasil fugiu da escola:
motivação, criatividade e sentido para a vida escolar,

livro de nosso colega Sergio Kodato
(ex-professor da psicologia, UFU, agora na USP de Ribeirão Preto)
Lançamento em Uberlândia, dia 21/06/2012 (quinta-feira),
19:00 hs. Livraria Saraiva, no Center Shopping.

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Acharam pouco?
Pois teremos mais um evento em Uberlândia, promovido pela UFU
e movimentado pela filósofa Márcia Tiburi
O assunto ética hoje só pode mesmo acabar em saia justa
(e, para muitos, a justiça das grades)

Encontros UFU: ProvocaAÇÕES - “Nossa ética, nosso viver: onde nos encontramos?”

A Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Uberlândia, realizará no dia 21 junho de 2012, no Centro de Convenções do Center Shopping o evento denominado Encontros UFU: provocaAÇÕES que terá como objetivo a realização de debates e reflexões sobre ações de ensino, pesquisa e extensão, integrando a comunidade interna e externa da Universidade Federal de Uberlândia. Pesquisadores e profissionais de diversas áreas de conhecimento apresentarão considerações sobre temas de grande relevância para o desenvolvimento social, cultural e econômico da região e do país, possibilitando o debate e intercâmbio de experiências entre a comunidade acadêmica e a sociedade e suas instituições.
O respectivo Encontro contará com a presença da palestrante Márcia Tiburi (programa Saia Justa, canal GNT), tendo como tema principal: “Nossa ética, nosso viver: onde nos encontramos?”.
Ingressos: 2 litros de leite longa vida (destinados às instituições de longa permanência para idosos)
Pontos de troca: Supermercados D'Ville unidades Center Shopping e Getúlio Vargas - de segunda a sexta das 14h às 20h. (No dia 21 será feita apenas na unidade Center Shopping).
Vagas limitadas - haverá emissão de certificados.

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quarta-feira, 13 de junho de 2012

A ponte é até onde vai meu pensamento




A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
(Lenine – A Ponte – CD O Ano em que faremos contato, 1997)

ESTE POST TEM UMA TRILHA SONORA
E QUEM ESTIVER TRANQUILO, PARA LER SEM PRESSA,
PODE OUVIR LENINE CANTANDO, NO ENDEREÇO A SEGUIR:


Ponte Delta, no Rio Grande, e mais algumas obras de arte ferroviárias


CONTINUAMOS AQUI A APRESENTAR O "DOSSIÊ ENSINO DA FILOSOFIA", COM MATERIAL DO GRUPO 5, QUE LEU E EXPÔS O TEXTO DE SILVIO GALLO:

"FILOSOFIA E O EXERCÍCIO DO PENSAMENTO
CONCEITUAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA"

A cultura do pensamento é a construção de pontes, de conexões elétricas e efêmeras como as sinapses, sempre em transição. Pensar é conectar. Pensar é construir pontes. Para utilizar uma expressão de Deleuze e Guattari, pensar por conceitos é uma atitude sintagmática, de estabelecer relações e conexões.

1 - Três registros do pensamento
Quando investigamos a cultura do pensamento na escola, devemos distinguir entre três modalidades básicas: 1. O pensamento por figuras ou imagens; 2. O pensamento por palavras; 3. O pensamento por conceitos.
Em um primeiro momento, o próprio pensamento por imagens se vale da palavra: é a construção das metáforas, das parábolas como forma de pensar e de fazer pensar o outro. No âmbito da cultura da oralidade, sabemos da importância que tiveram e têm ainda as metáforas e palavras, como, por exemplo, as parábolas nos textos religiosos, na Bíblia e nos sermões dos padres e pastores.
O pensamento por palavras é, de longe, o mais utilizado pelos seres humanos. O uso da palavra como ferramenta, para além da comunicação, significou uma revolução na nossa forma de pensar. Passamos a pensar também por palavras, mais do que por imagens, o que possibilitou que se processasse o pensamento com mais rapidez, com maior rigor. A este tipo de pensamento, os antigos gregos chamaram logos, significando, a um só tempo, palavra e razão.
Mas os gregos antigos criaram, porém, uma terceira modalidade de pensamento: o pensamento por conceitos. E fizeram isso ao criar uma nova “disciplina” do pensamento, à qual deram o nome de Filosofia.
Por ora, a intenção era apenas a de mostrar que o pensamento não é único, nem unitário, nem homogêneo.

2 - Pierre Lévy e os três pólos do espírito

Lévy delimita os três grandes momentos da história do conhecimento humano marcados por suas tecnologias específicas: o pólo da oralidade primária, momento este dominado por um conhecimento que costumamos chamar de mitológico; o pólo da escrita, com todo o impacto que essa tecnologia gerou sobre o saber humano, e o polo mediático ou informático, da segunda metade do século XX e que já nos permite vislumbrar assombrosas possibilidades para o conhecimento.
Podemos afirmar que a oralidade engendra um saber do tipo narrativo, baseado na ritualidade; a escrita, por sua vez, apresenta um saber teórico baseado na interpretação, enquanto que a informática possibilita um saber operacional baseado na simulação.

3 - A filosofia como exercício do pensamento conceitual

No quadro do que foi apresentado até aqui, podemos definir a filosofia como a atividade de criar conceitos. (p.63)
Mais adiante, lemos sobre como se formam os conceitos, segundo o filósofo, a partir dos atos lógicos da comparação, da reflexão e da abstração.

4 - Filosofia e o exercício do pensamento na sala de aula

Na sala de aula, estamos investindo em experiências de pensamento ou impondo uma recognição? Estamos ensinando a filosofia como atitude crítica e criativa ou estamos disseminando uma imagem dogmática do pensamento?
Para responder a tais perguntas, Gallo cita Pierre Lévy, que se apóia em Havelock, que trouxe uma proposta de interpretação para o nascimento da filosofia baseada na passagem de uma cultura oral para uma cultura escrita.
Tratar do ensino da filosofia como criação de conceitos, como experiência do pensar por conceitos, significa fazer da sala de aula uma espécie de laboratório ou “oficina de conceitos”. Trata-se de deslocar o foco do ensino como treinamento para uma educação como experiência, em que cada estudante seja convidado a colocar seus problemas, adentrar no campo problemático e experimentar os conceitos, experimentar o pensamento por conceitos, seja manejando e deslocando conceitos criados por filósofos ao longo da história do pensamento, seja criando seus próprios conceitos.

Filosofar com o martelo?

Somos educados a partir da experiência, tratando assim o “ensino como treinamento”, somos treinados a treinar o pensamento. O objetivo da Filosofia é ensinar a pensar.
“O ensino é uma espécie de convite; sua ligação com o aprendizado é frágil e tênue. Isto significa que, para além de qualquer método de ensino, não há método para o aprendizado;” (p.74).

Assim a filosofia deve ser criadora de conceitos, sendo responsável por estimular o pensamento, sendo a sala de aula a “oficina de Conceitos”, deslocando o foco do ensino como treinamento para uma educação como experiência. #

Oficina do tio Pierre

>Para ler o texto na íntegra e de graça, acessem o endereço a seguir:



Grupo 05 (breve com foto!):
Franciele Thainara
Gabriela Ribeiro
July Natalie
Lorraine Cassia
Thaís Rodrigues
Thatyane Inez

quarta-feira, 6 de junho de 2012

¿QUEM VOCÊ PENSA QUE É SEU TEMA?

Grupo 8: Irisléa (professor) & Maria Consuelo

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PERGUNTAS AUTORITÁRIAS:
 A QUESTÃO DO MÉTODO, AS MONOGRAFIAS E O FILOSOFAR
Método é caminho.
O orientador até pode indicar mapas...

O professor Gonzalo Armijos Palacios discute a relação entre as perguntas autoritárias e a forma de se conceber o trabalho filosófico na academia brasileira. O texto faz parte do dossiê “Ensino de filosofia”, publicado por nossa revista Educação e Filosofia, nº 44.

O autor, que atualmente trabalha no campus da UFG, na cidade histórica de Goiás, demonstra perplexidade diante de uma pergunta que lhe fizeram em um evento sobre o ensino de filosofia: “Qual deveria ser o papel do professor?” E segue mencionando outra pergunta, esta feita quando ainda era graduando em filosofia “sobre quem iria escrever a dissertação?” Na ocasião não tinha o conhecimento da necessidade de se escrever sobre alguém, pois para ele monografia deveria ser sobre algum problema ou algo que incomodasse ou que preocupasse e que merecesse alguma tentativa de solução racional.

...mas a metodologia não deveria impedir a viagem do pesquisador
Outra questão apontada pelo autor que o deixou entristecido foi o fato de muitos ainda pensarem que monografias em filosofia devem ser sempre voltadas exclusivamente sobre as idéias de algum pensador famoso. Faz críticas quanto ao fato de estudantes fazerem suas monografias baseadas em reprodução das idéias que seus orientadores estudam, ou seja, reproduzem aquilo que já está escrito, mas com a intenção de entender as idéias desses autores, mesmo sabendo que o que já está publicado foi feito com esta mesma intenção (de serem compreendidos). Mesmo sabendo desta exigência Gonzalo redigiu sua monografia sobre um assunto que o preocupava na época – O que é ideologia.

Contra a pergunta autoritária: sobre quem você vai pesquisar?
Questionado se havia soluções para a filosofia, Gonzalo afirma que soluções existem, mas se são ou não corretas isso é outro assunto. E, depois de muitas perguntas sobre o papel do professor, conclui que isso ainda é muito vago; apenas o de incentivar nos estudantes a procura da verdade. 
E acrescenta ainda que perguntas autoritárias exigem respostas autoritárias, e que talvez não tenha um papel, mas um antipapel e que sirva apenas para despertar nos estudantes de filosofia uma necessidade de não assumir o papel secundário de se limitar a ser mero comentador de filósofos consagrados emas sim de se  assumirem como filósofos.

Qual o método para se escrever uma monografia? E qual o método para se desenvolver uma pesquisa? O autoritarismo por trás das perguntas também na maneira como se deve agir, supondo-se, portanto, apenas um único modelo a ser seguido ao escrever monografia ou ao se fazer pesquisa.
Palácios cita a obra Contra o método, do filósofo da ciência Paul Feyerabend, na qual defende uma tese polêmica e propõe o anarquismo epistemológico, ou seja, tudo vale. O método deve ser entendido como um caminho que nos leva de algum lugar a outro, portanto o caminho que escolhemos será determinado por alguns fatores: área, onde queremos desenvolver nossa pesquisa, ou redigir nossa monografia, as motivações e as circunstâncias que nos levaram aos problemas que queremos resolver, e os objetivos que perseguimos; isso tudo afetará a maneira  que escolhemos para desenvolvermos nossa busca e redigir  nosso trabalho.
Palácios cita ainda o professor  Agoglia Volpatti, que dizia o seguinte: em qualquer trabalho por menos que seja, mesmo trabalho de final de curso, monografias alguma idéia o aluno deve defender que seja dele; essa é a sua contribuição. Caso contrário o trabalho vem a ser apenas um resumo das idéias alheias. Em síntese alguma contribuição o trabalho monográfico deve fazer, não sendo apenas uma simples repetição das idéias do autor estudado.

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Rally de jipes em Goiás, setembro de 2011,
e uma filosofia off-road:
"Se a metodologia autoritária quiser ditar o caminho,
saia fora da estrada e invente uma trilha, pois o que interessa
é encarar dificuldades reais e resolver problemas relevantes."

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Para ler o texto na íntegra e de graça, visitem:

domingo, 3 de junho de 2012

EDUCAÇÃO NÃO É PRA FAZER CABEÇA


O grupo da controvérsia em pose de MBA


O curso de Pedagogia da UFU tem uma disciplina muito... digamos assim, sei lá. Entende? A verdade é que o professor anda meio distraído, desligado... Tipo assim, ele estava achando que o curso era semestral e já tinha distribuído 60 pontos. Estava pronto pra fechar o diário. Que nada! Essa rara turma tem matérias anuais... Ah! é? Que bom...

Podem estar certas, caras alunas: já vimos filósofos mais distraídos que esse aqui digitando de madrugada. Exemplos: Valério Rohden derrubava gravadores  e águas em sua mesa de conferências. Belucci foi parar em Itumbiara, quando era aguardado em Tuitaba... Tem base? E o Tales, então? Tão distraído era o milésio que caiu em um buraco, quando olhava para as estrelas. Ah! deve ser isso...

Mas podem apostar que ele não vai repetir as piadas e nem enrolar. Mas pode ser legal exibir uns filmes e inventar algo relevante, tal útil e atual quanto a... controvertibilidade assumida.

Duvidar já é um bom começo, rumo a controvérsia.

O Professor está caduco? Há controvérsias...

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Além do dossiê sobre o ensino de filosofia, trouxemos mais dois ou três textos, pois temos mais grupos que artigos nesse excelente dossiê, no nº 44 da revista Educação e Filosofia.

Eis aqui uma canja do texto aparentemente difícil do W. Sander. O título é longo e pode assustar, mas logo entendemos e vemos que o assunto é muito relevante.

O professor deve mostrar os diversos lados de um problema? As diversas opiniões? E o professor deve - ou pode - vender seu peixe, fazer a cabeça, doutrinar a massa, impor sua opinião? Fez diferença na história da educação estarmos em uma escola pública ou privada?



FORMAÇÃO E PERSPECTIVIDADE

CONTROVERTIBILIDADE E PROIBIÇÃO DE DOUTRINAÇÃO
COMO COMPONENTES BáSICOS DA FORMAÇÃO E DA CIÊNCIA


autor: Wolfgang Sander

Tradução de Bento Itamar Borges
(traduzido por encomenda da revista, de boa e de graça) 



RESUMO

Na discussão acadêmica alemã sobre a formação política, os princípios da controvertibilidade e da proibição da doutrinação valem, desde o Consenso de Beutelsbach, no final da década de 1970, como critérios de qualidade fundamentais e consensuais para a práxis pedagógica. Esta contribuição investiga se e em que sentido esses princípios poderiam, indo além da formação política, reivindicar validade para todo o âmbito da educação, e, de modo especial, para as escolas. Isso será feito em três passos: primeiramente, a partir do Consenso de Beutelsbach, a multiperspectividade3 será fundamentada como princípio para todas as áreas; em seguida, ela será exposta a partir de uma visão construtivista do contexto formado por saber e perspectividade; por fim, será feita a defesa de
uma renaissance do conceito de formação enquanto minuta de referência para a escola com base nessa compreensão construtivista do saber.

ENSINE A CONTROVÉRSIA
É legal ver na net que essa é uma luta em defesa da liberdade
de ensinar outras cosmovisões, como a da Terra chata...




ENSINE A CONTROVÉRSIA

Até o pessoal que acredita no Zetê quer tirar sua casquinha...
(E viva Erich von Daniken!)

Além de traduzir, do alemão, esse texto longo, traduzi também do inglês uma réplica de Marcelo Dascal, professor brasileiro hoje em Israel. Esse texto é mais curto e tabém pode ser lido online, em:


 

O texto de Sander pode ser lido de graça na revista online, em



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gupor: Lorena, Maryelle, Érica