A educação, que vem do berço, deveria continuar na van.
Nos anos 80, algum pedagogo crítico, talvez o Gadotti, não resistiu ao trocadilho e traduziu “pedagogo”, do grego, como “o motorista da Kombi” (da Alemanha).
Explico: os críticos da escola capitalista & reprodutivista não queriam ser chamados de pedagogos; preferiam ser docentes, educadores, professores.
Educador é o compadre Pedro. Há poucos desse naipe. Mas nada de crise: no sindicato, sou docente; na sala de aula, professor; no SIAPE, sou funcionário público – barnabé.
How cute! |
Mas, vamos falar de educação e de Kombi. Alguns diziam por aí, com certo ar elitista e determinista que a educação começa no berço . Ou no caixote, na rede, no jacá – conforme suas preferências culturais, para citar Hans Haufe.
Sim, pode ser. Mas para muitos, a educação começa no berço e logo acaba na perua que leva a criançada para a escola: muitos motoristas são mal educados e a molecada também.
Por favor, senhores motoristas de vans, kombis e peruas! Por favor, não buzinem na rua às seis horas da manhã! Não buzinem em minha porta, tão cedo, pois nem todo mundo precisa madrugar. Educação é respeitar o sagrado direito alheio ao repouso, ao sono.
Senhores motoristas, por favor, apertem a campainha, o interfone, mas não buzinem. Tá legal? E, com isso, estarão servindo de exemplo aos estudantes: silêncio e respeito.
E vocês, também, caros estudantes, que não vão a pé para a escola, esperem no portão e colaborem com o silêncio dentro da van. Ajudem o motorista a se concentrar ao volante. Falem baixo e evitem distrair o condutor do veículo escolar.
Enfim, de volta ao tema: o motorista da Kombi pode, sim, ser educado e educador. E vocês, queridos estudantes que moram longe, sejam mais corteses, discretos e prudentes. Comportem-se. Ficou claro? Ou será que estamos falando grego?
Sem balbúrdia, please. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário