Total de visualizações de página

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

COMO CHEGAR LÁ?

Nosso aluno Rebert participa de nossa campanha "Mobilidade Estudantil Internacional". Valeu, obrigado. E é tipo assim: tem que ralar e aprender a se virar, trocar pneu, ler mapa, comprar baguete, ler o Le Monde, etc. E depois é só alegria, podem crer. Vai ser um passeio... ao som daquele sanfoninha do filme de Jacques Tati.

--------------------------------------------------

"Bem, normalmente é oferecida uma bolsa por curso... é levado em conta (principalmente) o curriculo do aluno , sua média, os trabalhos apresentados, congressos que participou etc,é preciso, igualmente, tirar mais de 60% na prova de linguas e... se sair bem na entrevista ( a entrevista serve pra eles te conhecerem melhor: saberem de suas intenções, sejam elas acadêmicas ou não, o que pretende fazer no futuro profissionalmente, se é dedicado, se gosta de ler, ou de cinema etc , eles vão argumentar com você também e falar das dificuldades ( na verdade eles vão te testar, pra ver se você esta mesmo pronto pra viver sozinho por tão longo tempo.) não tem segredo... é a historia que ja conhecemos o processo ( pois é igual a toda seleção que conhecemos na universidade), o pessoal da asdri é muito sério e quem levou a bolsa aos meus olhos realmente merecia.e isso ae abraços!!"
[A Solex pilotada por "Meu Tio" é um mito do design francês. 
Já a Mobylette todo mundo conhece...]

PIPE 2 É ISSO - RECEITA DE SUCESSO sem gordura trans

PIPE 2 é também uma disciplina, com carga horária, diário e festa de encerramento do semestre. Com os sininhos de Jingle Bells fica claro: acabou o ano, inclusive o ano escolar. Quase todos os alunos foram aprovados. E mesmo com todo o esforço não foi possível acabar com os dois barris de chopp Über Bräu. A festa de despedida foi legal, com muita chuva, gente e violão. João Paulo revelou seu talento nas cordas. E vimos que depois das tantas, todo Schubert esconde um maluco blz. Sim, Enoque tocou Raul. Agradecimentos aos donos da aconchegante casa da festa, Valéria e Sérgio. E o fim do PIPE teve ares de formatura. Em vez de diploma, uma gravura original e assinada, de Marina + Escher + Herzog. 

Mas ainda temos café no bule para um comentário final -  de fim de semestre, pois é claro que poderemos voltar a este blog em breve com notícias tipo "como ficou". Por exemplo, mais info sobre mobilidade internacional e sobre nosso projeto da "Nova Ágora" ou coisa parecida. 

Enquanto o peru toma cachaça (e de repente escapa pela cerca velha de bambu, para alegria dos vegetarianos), vamos dar umas dicas aos novatos no PIPE. Sim, o professor de cursinho não esconde sua origem: dica, macete, bizu. Pois não basta ler um plano de curso ou uma resolução do MEC; tem que ter as manhas...  Não tem muito segredo e não vamos fazer onda: o PIPE aqui teve inter-disciplinaridade e pesquisa. Sim, senhores. E pode rolar de novo com outras turmas. 

Nossa noção de interdisciplinaridade foi, sobretudo, um ensinar ao outro o que sabe. Por exemplo: gravura, feng shuei, origami. Alunos ensinando a colegas e ao professor o que é e como é que se faz isso. 

Nossa noção de pesquisa foi básica e cheia de consequências. Perguntamos: o que vocês não aprenderam aidna a fazer aqui na universidade e que está fazendo falta? Seminário. Quiseram aprender como se prepara e se apresenta esse negócio. E deu certo, em todas as fases e com muita discussão, que retornou. Outros queriam saber o caminho das pedras para o exterior, intercâmbio, bolsa. E fomos procurar Pró-reitoria e ouvir alunos nossos que estão no exterior.

Além disso, pesquisa é também conhecer o chão que se pisa, olhar em volta. E aí passeamos pelo campus e vimos árvores derrubadas e árvores floridas e mangas maduras. E ouvimos histórias sobre as origens do curso de filosofia, os osentrever e todo o ritual da aproximação com outras tribos. Levamos longe a pesquisa do conceito de espaço e de sagrado, com a ajuda de nosso querido cineasta maluco Werner Herzog e de alguns jovens e inteligentes arquitetos. 

O que faltou? Tempo e dinheiro. Boa-vontade tivemos de sobra. E é claro que o resto é com a turma, com as novas disciplinas e a vida inteira. Aprendemos a fazer cisne e sapinho de papel. Medimos a energia das salas e vimos que o nome do professor é de cor laranja. Falta a alguns aprender a andar de bicicleta, jogar bumerangue e conjugar o verbo haver - nada a ver com o verbo colorir. As cores ficam por conta de cada um, pois o arco-iris e o paintbrush estão aí. 

E faltou a enfermeira sexy que Wim Wenders colocou no filme Paris Texas. Horas gastas na net e nada de te achar, oh!, Nurse Bibbs... Sim, ela era uma das atrações do Peep Show, o original. Na vitrine, pra marmanjo nenhum se atrever. Eis a origem da brincadeira, pois "PIPE Show" deveria soar como "Peep Show" - Sem ressentimentos. Te concentra no show que foi a disciplina. E esqueça de vez essa fantasia com a Nurse Bibbs.

Psiu. Silêncio. Hospital. [Aliás, cuidado nas festas de fim de ano, moçada! Não queiram passar o ano com uma dessas por aí, com seus remédios amargos e agulhas afiadas. Saúde e juízo!]


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PIPE 2 - resumo da ópera

Nem sempre é possível partir "de onde o povo está", como vimos no excelente concerto exclusivo que tivemos no sábado onze de dezembro. Mas vamos retomar lá o fio da meada: depois do alegro e do mezzo tristonho com Chopin, partimos para um andante. Um giro pelo campus Santa Mônica sob um  belo sol de verão tropical.
Sabemos que por motivo de forças maiores e mesmo menores, alguns alunos e alunas perderam algumas sessões do PIPE SHOW. Não é hora de chorar o leite derramado e muito menos o queijo que desceu a ladeira - rápido demais pra você alcançar. Melhor pedir três queijos ao gênio. 

Então, vejam que invenção genial: em um passeio pelo campus, o resumo do semestre inteiro. Mas, atenção! Não tentem isso pelo Ensino à Distância! Não vai funcionar. Pela net, você não pega nódoa na mão, quando pega manga verde no chão. E nem carrapicho na barra da calça. Tem que participar. 


Totem de taipa - alunos de arquitetura UFU - bloco I

Os arqutietos que colaboram com o PIPE nos disseram sobre como um dado material pode determinar o desenho da obra. No projeto, pode-se considerar várias possibilidades, de acordo com materiais disponíveis nas imediações. Taipa é parede de terra batida. Ótimo onforto ambiental.E não é que ficou bonito?

Protesto contra corte de árvores na UFU - segunda edição

Caros alunos e alunas que perderam o primeiro dia de aula do PIPE, vejam o primeito post, que nos lançou nesta onda de sucesso. Te cuida, Green Peace! E na América, uma terra de oportunidades (e devastações), todo homem tem direito a uma segunda chance. Ok! Mulher também, todo mundo. Disse Lincoln e completou Obama. Estes da foto não ficaram de segunda época, mas tiveram sua segunda chance de subir no toco. Não desista. Vai lá e sobe no toco e faz seu discurso: ode à árvore e ódio à moto-serra. Com liturgia de desagravo. E o PIPE SHOW deixa aqui um apelo: 

SENHORES LENHADORES E MADEIREIROS DA UFU, 
POR FAVOR, NÃO CORTEM MAIS ÁRVORES NOS CAMPI! E DE MANEIRA ESPECIAL, PEDIMOS: NÃO CORTEM ÁRVORES DURANTE AS FÉRIAS.
PELO CONTRÁRIO, SUGERIMOS QUE PLANTEM MAIS ÁRVORES, APROVEITANDO A ESTAÇÃO DAS CHUVAS. GRATOS. VALEU. assinado: Pipe2

ooo
Palma e seu tacape: na luta pelo verde

O pior é que o desmatamento não acabou. O semestre foi triste, pois começou com a derrubada de dezenas de árvores e se encerra com mais algumas jovens reduzidas a lenha. Puxa vida! Não podiam esperar que as mangas madurassem? A  carga de manga verde no chão. Um lote de terra vermelha do lado. Claro, todos tem seus motivos para derrubar mais e mais árvores, com certeza. Em breve mais cimento, no lugar.

Na véspera, um calango estava lá, balançando a cabeça. Subia e descia pelo galho do ipê e dizia feliz: "Minha casa..." O sabiá, na mangueira, cantava e dizia: "...minha vida" E agora? Quem liga? Ah!... Vão plantar um reles calistemo na calçada daquele prédio, até pegar o habite-se?! Conversa. 

Mas somos devotos de São Spike Lee e vamos fazer a coisa certa.  Isso aqui, inclusive.

"Minha vingança sará maligrina"

Foto esquisita para lance horroroso. Ai cair, o grande eucalipto pensou: caio, mas levo muita coisa junto. E eis a grande telha de amianto quebrada no prédio Y. E eis o xis da questão: o eucalipto não veio da Austrália pra levar desaforo pra casa. E detonou também o alambrado do campo de futebol. Não consola, mas avisa: futebol é assim mesmo e a natureza vai dar o troco.
Pastoral eclética ou pajelança na Ágora pelada

Meus irmãos e minhas irmãs! Estamos aqui reunidos nessa sombra gostosa (aleluia! aleluia!) e bendizemos quem plantou estas árvores no campus. Cada um trouxe sua pequena contribuição e pode depositá-la aos pés, no chão. Pessoas vieram de longe, de outras cidades. Povoooo do Praaataaa....


As mangas verdes da árvore cortada esta semana vão demarcar aqui um lugar onde vamos de novo e de novo conversar sobre mangas, outras frutas, pessoas, bebidas (mas é melhor não misturar manga verde com catchaça.). Esta é nossa mensagem de fim de ano, mas ainda temos que aplicar provas e fechar diários. E a Ágora estará sempre aqui, aberta para todos e ao diálogo, com som ou silêncio, prosa e música, branco ou tinto, seco ou suave. 
A semente no cimento: projeto de árvore

O projeto e o prefácio. O caroço maduro. Uma árvore dormindo aí dentro. Poderá ser ou não ser, não vir a ser. Mas queremos em breve plantar outra mangueira neste campus e conversar muito nesse espaço entre os blocos, pois é aí que rolou uma longa prosa, tanto fiada quanto filosófica. Em breve, teremos um desenho, um pro-jeto.
A coisa certa é plantar e cuidar do que foi plantado. 
E planejar plantar mais e criar.
Mas, antes temos ainda a última aula que vira festa ou festa que serve de aula, pois somos devotos de
 São Miguel Bakhtin : tudo acaba em
carnaval.

-------------------------------------
PARA CASA
colorir


[Carolina, pela enésima vez: o nome do menino que desenhou... ]


ORIGAMI, PIANO E GRAVURA sabadão do pipe show


Vamos começar pelos resultados. Atingimos nossa meta e agregamos valor ao produto. Nossos colaboradores tem muito talento e nosso diferencial é a letra "i" de Interdisciplinaridade: cada um ensina o que sabe e todos aprendem mais. E tem "p" de pesquisa. História, história do papel, como é que se fala "cuspão" em japonês, etc. etc. Tudo está na net? Então vamos procurar. Arigatô.


Pegue uma folha de papel azul, chamex A4. Dobre assim pra formar um quadrado. Agora passe a lingua molhada no vinco e dobre ao contrário. Melhor com unha grande, sobre mesa lisa. Dobre na diagonal. E... de repente, aí está um cisne azul. Aquele ali exagerou no bico. Parece mais um tucano. E esse? Meio tímido, mais pra pato ou marreco. Bom também. Krisnatágoras ensinou princípios básicos do origami, que em japonês, significa "dobrar papel". Sim, papel arroz e muito significado secular. 
Mais complicado é fazer o sapinho que pula. Esse gasta dois quadrados e muitas dobras. Mas é muito divertido, bom para sala de aula: ilustra conceitos da matemática e da geometria. E a turma se diverte. Esperamos depois mais algumas figuras, tipo assim: à mesa que nos espera na próxima quarta, entre um gole e outro, uma salada e outra. Origami do PIPE SHOW: muito mais que aviãozinho pra matar aula.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Enquanto isso, em um lugar não muito distante dali, Marina estava imprimindo a gravura que criou, a partir do filme de Herzog e de uma obra de Escher: Onde sonham as formigas verdes do PIPE 2010. Visitamos a sala de impressão no bloco das Artes Plásticas. Marina explicou como se faz uma xilogravura e nos mostrou os tocos de madeira entalhados. Vimos também gravuras em metal, silk screen e um vídeo com imagens de Gustave Doré, grande artista ilustrador do século XIX.

O PIPE espera animar alunos e alunas. Como na famosa canção dos Beatles - Lucy in the sky with diamonds -"picture yourself on a boat on a river": em nossa caso, imagine-se formado, com o diplona na mão e muita vida a viver. A festa, a realização, a felicidade da família. E a foto da turma na parede do corredor. Sucesso! Acreditem e não desistam por qualquer dá cá uma palha. 
Não falem mal do fotógrafo. Foi de caso pensado, pra dar sentido a uma fala do momento: vocês precisam ficar focados em seu curso. Desculpem o trocadilho. Mas a intenção é boa: imaginem-se lá, dentro de alguns semestres... E façam acontecer. Make it happen. Mas não façam de conta. Um bom professor nunca deve fingir que ensina para alunos que figem que aprendem. 


Levem a sério, sem deixar de rir (inclusive das piadinhas dos mestres - mesmo as repetidas). Ok, tudo bem... mas se rolar uma química por outra área, sempre é possível conciliar interesses. Mas lembrem-se: a invenção do dinheiro, importante para a noção de abstração, foi coisa do povo de uma região chamada Lídia... A filosofia não vai deixar ninguém. Podem crer. Não é tatuagem de hena. Rena? Calma. Esperem um pouco mais pra pensar no clima de Nat... (Esperem o bom velhinho descer de helicóptero no shopping).


E qual é a receita para aula no sábado de manhã? A sala cheia, faltando cadeira. Eis a mistura: muita e uma copada de açaí. Não falha.
 =======================
E agora a esperada música. Música de verdade, em piano de madeira e metal, ao vivo. O músico: Enoque, da turma do PIPE. No programa, improvisos europeus e brasileiros. Chopin, Schubert e Bem-te-vi. Um pouco de teoria e demonstração - de nota afinada e nem tanto assim. São sete notas, com muita invenção sofisticada. Agradecidos e embevecidos com a melodia e o clima. Allegro, vivace, vivace molto. 
Valeu, Enoque! 
 Palmas.
[Vamos dar um jeito de deixar aqui endereço de video com parte dessa exibição. Aguardem.]

------------------------------------
ATENÇÃO! ESTE NÃO É O ÚLTIMO POST DO PIPE, APESAR DO CLIMA DE DISCURSO DE FORMATURA. MUITO CHÃO PELA FRENTE.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

NATAL COM NEVE ANO QUE VEM

 MOBILIDADE ESTUDANTIL É ISSO: NÃO FIQUE PARADO

Nossa aluna Marilda Fayad no inverno francês

A reportagem do PIPE SHOW não ficou parada e conseguiu essa bela contribuição de Marilda Fayad. Ela fez sua gradução em Filosofia, na UFU, e hoje está feliz e realizada em França - depois de ralar muito. Saibam mais sobre "le chemin de les pierres" rumo a cidades e lugares com muitos livros, história, vinhos e queijos.  Allons, enfants! 
"Sempre morei na cidade de Besançon, desde que cheguei na França. A cidade é a capital da região Franche-Comté, mas não é grande. Tem mais ou menos 200.000 habitantes, se contarmos toda a região. Aliás, as maiores cidades da França são Paris, Marseille, Lyon. As  demais cidades, se as compararmos com as do Brasil, são pequenas. E muito bom viver aqui desde que nos adaptemos ao clima, às pessoas, às diferenças culturais e às exigências do francês. Aqui, temos muitas atividades culturais, que vão desde as simples conferências e colóquios até à possibilidade de se aprender teatro e canto. Muitos bons filmes europeus, shows e peças de teatro são oferecidos durante todo o ano.   
Fui a primeira aluna do curso de filosofia da UFU a vir nesta nova etapa dos acordos internacionais. Antes, eles eram mais ou menos restritos às ciências exatas. Não vim com bolsa. Para que possamos ser aceitos aqui, o governo francês exige que provemos autonomia financeira ou que alguém  se responsabilize em nos enviar em torno de 500 euros por mês. Mas, antes de mais nada, o aluno tem que se inscrever no site Campus – France-Brésil antes de pretender o seu visto.   
 Achei que o curso de filosofia é superficial e compete mais ao aluno  estudar e ler do que esperar o aprofundamento das disciplinas em sala de aula. As aulas se passam de maneira normal, ou seja, expositiva, mas temos acesso a todos os meios modernos(computadores, videos, videos conferências, colóquios, seminários). A minha decisão de vir teve a ver com a minha vontade de conhecer e mudar o meu perfil de ser humano (passei de ex-bancária a estudante de filosofia).O ano escolar aqui começa em setembro e eu cheguei em janeiro, por isto cheguei no segundo semestre do ano escolar. Em seguida, enfrentei seis meses de greve. Assim, para conseguir acompanhar o grupo numa língua diferente, tive que bem aproveitar o conhecimento que já tinha da lingua francesa. Fui ficando, terminei o curso completo, fiz o Mestrado e agora estou fazendo o doutourado em Paris 8. Passei muitos dias fechada lendo os livros exigidos.  Claro que é complicado acompanhar as aulas, pois o francês do cotidiano é muito mais ágil e todos entendem que quem chega é capaz de seguir as aulas. Sem conhecer a lingua, é impossivel seguir as aulas. 
Hoje, eu sei que é possivel conseguir bolsas de estudo (Erasmus), mas não sei dizer qual o caminho das pedras para tal. Também, a pessoa responsavel pelas relações internacionais deve saber qual é o procedimento para tal. Sei de alunos que tiveram mesmo a chance de se alimentar gratuitamente nos Restaurantes Universitarios ( existem 4 aqui com muitos menus, sobremesas, frutas, yougurtes e tal). Um almoço completo hoje custa E 3.00( prato principal, salada, frutas, pão, yogurtes – direito a três itens e o pão, fora o principal).Viver com 500 euros é possivel, mas não é facil, sobretudo se a pessoa for muito exigente. Chegando aqui, o status de estudante dá direito a algumas ajudas do governo francês.( Ajuda para morar na cidade universitária, por exemplo).  Tudo está ficando cada vez mais dificil, assim o curso de filosofia daqui sofreu uma mudança muito ruim que, no momento, o empobreceu. Àqueles que desejam vir, se forem da filosofia, aconselho procurar universidades maiores.
Adaptar-se não é facil e precisamos abrir mão de preconceitos se queremos ser aceitos e amados. Os francês são reservados, mas depois podem aceitar-nos, desde que provemos ser dignos da confiança deles. Para se adaptar melhor é necessario conhecer um pouco da história da França, saber o que eles passaram para chegar até aqui. Como se diz por aí : « para saber a temperatura da água é melhor mergulhar do que colocar apenas o dedão do pé. ». 
Hoje, estou numa outra situação. Trabalho como professora de português, mas para chegar aqui tive que esperar dois anos, adquirir os diplomas necessários, apresentar curriculum e tudo o mais. É a concorrência. Trabalho estudantil em Besançon, não penso ser fácil, mas em outras cidades creio ser um pouco mais fácil. Hoje, não tenho mais problemas. Andei muito, aprendi muito e estou colhendo os frutos. Vou continuar. Mas, para incentivar vocês a esta aventura vou aconselhá-los dizendo que os estudantes até 28 anos possuem muito mais privilégios : tudo é mais barato para eles -viagens, transportes – e diversão."
PS. Bento, escrevo num teclado proprio para a lingua francesa cujos acentos não são proprios para a lingua portuguesa. Assim, você ira verificar que faltam muitos acentos agudos. Por favor, faça a correçao para mim. Um grande abraço.

[Caros leitores, deixei o texto como veio até para curtir essa mudança: já dá pra ver que Marilda reproduz algumas estruturas da língua francesa. E isso é natural e é bom sinal. Marilda, merci] 
[Caros leitores 2: Marilda não gostou muito do texto sem acento et me deu uma bronca daquelas. Nem me adiantou de dizer que era uma boa demonstração de sua etapa de imersão na língua estrangeira, etc. Ela quase deu uma de Felippe - "Je m'enerve!" - mas, depois, de boa, contou que sonho em francês e que outra dia se esqueceu da palavra "alcachofra" - ora, aqui nós não deparamos com a coisa-alcachofra... Visões de mundo, meus leitores.  Eu corrigi o que pude, sem alterar o relato dela, mas também me irritei com o cursor desobediente quando se trata de editar postagens antigas. C'est tout. Mais uma vez: Merci, Marilda Fayad... Au revoir]

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

EMBAÚBA, BACURI, MACAÚBA E MULUNGU

     (clique na imagem para ampliá-la)

Tentou-se realizar, no dia 23 de outubro de 2010, um levantamento da flora arbórea de um dos quarteirões do campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (Minas Gerais) - no referido, situam-se os blocos G, H, I e U, a cozinha, o restaurante universitário, uma quadra de esportes e um pequeno bloco de infra-estrutura.
    
Foram contabilizadas 234 árvores, distribuídas em aproximadamente 30 gêneros, dos quais se destacam (nomes populares): Jambolão, Magnólia, Quaresmeira, Jabuticabeira, Sibipiruna, Goiabeira, Palmeira Bacuri, Palmeira Macaúba, Pau-Brasil, Amoreira, Oiti, Tamboriu, Urucuzeiro, Embaúba, Mangueira, Pinheiro, Mamoeiro, Romãzeira e Jacarandá.
   
A distribuição geográfica é difusa no quarteirão, não parece haver uma setorização dos gêneros, pois as árvores estão encontradas misturadas. Apresentavam um manejo básico, o qual inclui poda e fornecimento de água para algumas. Mas aparentavam não ter um controle biológico (infestações de formigas, pulgões e fungos).
    
As plantas foram encontradas nos diversos estágios de desenvolvimento (mudas, jovens, adultas e velhas). Devido à grande diversidade biológica (e também ao fato das mesas não serem originárias de regiões climáticas similares) elas não se encontravam num mesmo estágio morfo-fisiológico, ou seja, haviam árvores com e sem folhas, com e sem flores, e, com e sem frutos.
    
Possuem um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema local, uma vez que foi observado uma grade interação das árvores com outros animais. As primeiras apresentavam ninhos de pássaros e forneciam alimentos (frutos, sementes, folhas e seiva) para insetos e também aves.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

"A Terra está brava com o homem branco"


Na quarta passada, dia 01/12/2010, tivemos uma aula interessante com a presença dos alunos e alunas da Leitura e Produção de Textos em Filosofia e do PIPE Show. Assistimos Onde sonham as formigas verdes, filme do diretor Werner Herzog. No vídeo, mais uma vez, o extermínio de um povo, de uma cultura e do meio ambiente, pela ganância do homem, que sangra a Mãe-terra, para extrair minérios e produzir desertos.
    
Abaixo, um trecho da Deutsche Welle, empresa de radiodifusão da Alemanha, sobre o massacre dos yanomami entre 1987 a 1990:

“Imagine abrir a porta e 20 estranhos lhe entrarem casa adentro, ocupando todos os cômodos, esgotando seus mantimentos, envenenando o ambiente, provocando doenças, agredindo, intimidando, deixando-o sitiado num quarto dos fundos, incapaz de sair para cuidar da própria subsistência. Por quanto tempo suportaria tal situação?

Projetado em proporções genocidas, é isso o que vem acontecendo com os índios yanomami nas últimas décadas. Segundo o antropólogo francês Bruce Albert, entre 1987 e 1990 havia no território deles, em Roraima, 40 mil garimpeiros, ou seja, cinco a seis vezes o total da população indígena. Além dos mortos em confrontos violentos, um quinto dos yanomami sucumbiu ao impacto ambiental do garimpo e às doenças do homem branco.”

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BOLETIM PIPE SHOW - EDIÇÃO EXTRA

O PIPE SHOW recebeu material impresso de divulgação de duas iniciativas. Calma, turma... Não é aquele do Imposto de Renda, não. Continuem na fila de isentos.
Vocês podem saber, seguindo a onda digital, no site www.lions.org.br - mas que tal se nosso colega Naim preparasse um post sobre sua atuação nessa modalidade de educação informal? Aguardamos.

E olha o CHICO BENTO aí, gente!
Ele e sua turma da Mônica, a dentuça, Cebolinha (que fica blavo com apelido), Cascão (neto do Sujismundo...) Well, é disso que trata a fábula: um Kit "Pela Ética e Cidadania", com cartilha, jogos e diplomas. Em destaque, por exemplo, as situações de sala de aula, que devemos evitar em todos os níveis de ensino: apelidos, humilhações, constrangimentos, sexismo, etnocentrismo, etc. A publicação de Um por todos e todos por um! tem o apoio da CGU (Controladoria Geral da União), das Nações Unidas e do Instituto Maurício de Sousa. É bom saber que os personagens da turminha da Mônica cresceram e agora são adolescentes em revistas para os teenagers. Beleza. [Vou ler e é claro que vou gostar. Obrigado.]

E QUE TAL UM POUCO DE AVENTURA E AÇÃO SOCIAL NAS FÉRIAS?
O Projeto Rondon mudou e sobreviveu. Participe do Seminário na UFU, dias 10 e 11 de dezembro próximos e saiba como participar dessa jornada de extensão em lugares remotos e carentes do Brasil. Você vai de avião da FAB, faz amizades e tem a bela sensação de sentir-se útil. E não tenha medo de aprender também que a "integração nacional" continua em curso e necessita de diversas forças. Há cartazes nas paredes do campus, com mais detalhes. E aqui: http://encontrorondonistas.blogspot.com/

MAIS UMA GOLEADA DO TIME DA FILÔ NO ÚLTIMO SÁBADO
 
Saiba mais do último jogo  no blog da Atlética:
http://afil-ufu.blogspot.com/2010/12/copa-servidores-ufu-vitoria-do-time-da.html
FINAL DO CAMPEONATO: próximo sábado, dia 11 de dezembro. Vamos torcer lá na Educa!


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ALUNA NÃO DANÇA NA PEDRA QUE CANTA


O PIPE SHOW dá espaço não só ao belo artístico, como também ao belo natural. Kant ia gostar de saber. Talvez apreciasse também uma enorme cachoeira, beleza próxima do sublime.

Com a autorização da aluna Rejane, publico aqui sua mensagem:

“Oi Professor, somente hoje eu vi  esse email, motivo eu estava de férias em Novembro e estava viajando na semana de 15/11/2010 à 21/11/2010, fui conhecer as Cataratas do Iguaçu e a Usina Hidreletrica Itaipu Binacional.  Eu não sabia que haveria aula no Sábado dia 20/11/2010, eu conferi a lista e notei que só tenho dois dias de presença,mas gostaria de lembrar que eu só faltei no dia 20/11/2010, eu participei de todas as demais aulas, até desisti de um curso de Direitos Humanos por causa do PIPE. Envio algumas fotos das Cataratas que tirei pessoalmente. Abraços”

Como diria Odorico Paraguaçu: “Muito justificado, justificadíssimo...”
Vamos lá. O PIPE SHOW fica lisonjeado com essa preferência (e há outra aluna nessa condição), em detrimento de um outro curso. Para que os DH não fiquem no preju, aproveitamos a deixa para reconhecer essa variação do direito de ir e vir – e sem pagar pedágio: o direito às férias é sagrado e viajar é bom demais da conta. Mas, atenção moçada que ainda vive de mesada! Só tem férias quem estuda e/ou trabalha... Nada de moleza.

E nada de corrigir a msg da aluna, na última frase. Não redunda, já que tem gente a puxar imagem da net. Ora, ora... isso não é viagem e nem foto de verdade. Tem que ir lá e clicar diante do cenário maravilhoso do rio caindo em espumas e também do paredão de concreto de Itaipu, a “pedra que canta”. www.assemib.com

 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

GRAVURAS E SOMBRA DA MANGUEIRA

No sábado 27, a turma do PIPE viu que gravura não é pintura e nem desenho. Valéria, trouxe várias gravuras suas. Utilizou  técnicas e materiais diversos: metal, tela de silk, xilogravura (em madeira) e até umas inovações suas com fibra sintética e tufos do próprio cabelo, que cai no ralo do banheiro. Todos puderam ver como mineiro gosta de ver: com as mãos. E ficou no ar a proposta de fazermos uma experiência bem básica, infantil e baratinha, com bandeja de isopor e guache. Pode ser. Vamos ver.
##########
E a ágora, José? Sumiu. Não ficou pedra sobre concreto. Difícil saber exatamente onde era. Mas isso não é tão importante assim, pois sabe-se que era por ali, um ponto entre o bloco G e o prédio U. Melhor, um intervalo, de circulação e de permanência. E também de estranhamento.

Três jovens arquitetos conversaram conosco sobre como trabalham: róla muita conversa  e muitos conceitos, antes de rabiscar o primeiro guardanapo na cafeteria. Fiel a Bauhaus, por onde passou, João tendia mais para o aspecto funcional do point da filô ( e menos para a lamentação do passado). Itamar lembra que hoje o espaço de encontro, a nova praça pública é antes a internet. Ariel propõe alguma intervenção do tipo que desvia o trajeto de quem atalha caminho. De fato, funcionam todas as idéias. E de repente estamos de pé sob a sombra da mangueira. E ali parece mais agradável mesmo. Medimos com a trena: em um círculo de menos de três metros de diâmetro cabem de pé doze pessoas. Nenhuma manga cai em nossas cabeças durante aquela meia hora. Algumas pessoas desviam. Está feito. Começou o "projeto".

 [Pessoal do PIPE, caros visitantes e vegetarianos em geral, por favor, queiram ter a gentileza de nos desculpar. Por uma falha técnica, aparecem aqui dois baitas churrascos gregos giratórios e não, como devia ser, duas colunas gregas da Acrópole - que não é aquela casa de pagode ali na BR 050, na cerealista velha de Uberlândia. Mas já que a fome do meio-dia nos deixava a ver miragens, deixa quieto. Giro-espeto também é cultura helênica. E para os vegs, tem pão redondo, cebola e creme de leite azedo, ou seja "Pitagyros + Saziki + nada"]