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quarta-feira, 6 de junho de 2012

¿QUEM VOCÊ PENSA QUE É SEU TEMA?

Grupo 8: Irisléa (professor) & Maria Consuelo

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PERGUNTAS AUTORITÁRIAS:
 A QUESTÃO DO MÉTODO, AS MONOGRAFIAS E O FILOSOFAR
Método é caminho.
O orientador até pode indicar mapas...

O professor Gonzalo Armijos Palacios discute a relação entre as perguntas autoritárias e a forma de se conceber o trabalho filosófico na academia brasileira. O texto faz parte do dossiê “Ensino de filosofia”, publicado por nossa revista Educação e Filosofia, nº 44.

O autor, que atualmente trabalha no campus da UFG, na cidade histórica de Goiás, demonstra perplexidade diante de uma pergunta que lhe fizeram em um evento sobre o ensino de filosofia: “Qual deveria ser o papel do professor?” E segue mencionando outra pergunta, esta feita quando ainda era graduando em filosofia “sobre quem iria escrever a dissertação?” Na ocasião não tinha o conhecimento da necessidade de se escrever sobre alguém, pois para ele monografia deveria ser sobre algum problema ou algo que incomodasse ou que preocupasse e que merecesse alguma tentativa de solução racional.

...mas a metodologia não deveria impedir a viagem do pesquisador
Outra questão apontada pelo autor que o deixou entristecido foi o fato de muitos ainda pensarem que monografias em filosofia devem ser sempre voltadas exclusivamente sobre as idéias de algum pensador famoso. Faz críticas quanto ao fato de estudantes fazerem suas monografias baseadas em reprodução das idéias que seus orientadores estudam, ou seja, reproduzem aquilo que já está escrito, mas com a intenção de entender as idéias desses autores, mesmo sabendo que o que já está publicado foi feito com esta mesma intenção (de serem compreendidos). Mesmo sabendo desta exigência Gonzalo redigiu sua monografia sobre um assunto que o preocupava na época – O que é ideologia.

Contra a pergunta autoritária: sobre quem você vai pesquisar?
Questionado se havia soluções para a filosofia, Gonzalo afirma que soluções existem, mas se são ou não corretas isso é outro assunto. E, depois de muitas perguntas sobre o papel do professor, conclui que isso ainda é muito vago; apenas o de incentivar nos estudantes a procura da verdade. 
E acrescenta ainda que perguntas autoritárias exigem respostas autoritárias, e que talvez não tenha um papel, mas um antipapel e que sirva apenas para despertar nos estudantes de filosofia uma necessidade de não assumir o papel secundário de se limitar a ser mero comentador de filósofos consagrados emas sim de se  assumirem como filósofos.

Qual o método para se escrever uma monografia? E qual o método para se desenvolver uma pesquisa? O autoritarismo por trás das perguntas também na maneira como se deve agir, supondo-se, portanto, apenas um único modelo a ser seguido ao escrever monografia ou ao se fazer pesquisa.
Palácios cita a obra Contra o método, do filósofo da ciência Paul Feyerabend, na qual defende uma tese polêmica e propõe o anarquismo epistemológico, ou seja, tudo vale. O método deve ser entendido como um caminho que nos leva de algum lugar a outro, portanto o caminho que escolhemos será determinado por alguns fatores: área, onde queremos desenvolver nossa pesquisa, ou redigir nossa monografia, as motivações e as circunstâncias que nos levaram aos problemas que queremos resolver, e os objetivos que perseguimos; isso tudo afetará a maneira  que escolhemos para desenvolvermos nossa busca e redigir  nosso trabalho.
Palácios cita ainda o professor  Agoglia Volpatti, que dizia o seguinte: em qualquer trabalho por menos que seja, mesmo trabalho de final de curso, monografias alguma idéia o aluno deve defender que seja dele; essa é a sua contribuição. Caso contrário o trabalho vem a ser apenas um resumo das idéias alheias. Em síntese alguma contribuição o trabalho monográfico deve fazer, não sendo apenas uma simples repetição das idéias do autor estudado.

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Rally de jipes em Goiás, setembro de 2011,
e uma filosofia off-road:
"Se a metodologia autoritária quiser ditar o caminho,
saia fora da estrada e invente uma trilha, pois o que interessa
é encarar dificuldades reais e resolver problemas relevantes."

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Para ler o texto na íntegra e de graça, visitem:

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