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sexta-feira, 29 de junho de 2012

ALGUNS FILÓSOFOS ESCRAVOS COERENTES

Grupo 9 e professor de "filosofia" na Pedagogia:

Esse grupo fez a última exposição do dossiê "Ensino de Filosofia". Em seguida, na fase online desse semestre, foi pedido um exerício com o texto de Renata Aspis, a partir de três idéias que incomodam e, de fato, provocaram o debate e a crítica do professor.
Para dramatizar um pouco e motivar as alunas, disse o funcionário público: vocês também poderiam lecionar filosofia, eu não quero ser coerente e não sou escravo!

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Quem quiser ler o texto na íntegra tem o endereço ao final deste post.



O PROFESSOR DE FILOSOFIA:
O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO
COMO EXPERIÊNCIA FILOSÓFICA.
Renata Pereira Lima Aspis

O contexto que envolve o ensino de filosofia para jovens, na escola, é complexo. É possível que o professor de filosofia pense: para que defendo a filosofia na escola? O que há de específico na filosofia que a faz necessária no currículo dos jovens? Qual filosofia ensinar? Como fazê-lo? Damos aulas de filosofia ou de filosofar? O que é a filosofia? O que é o filosofar? É possível essa separação das duas coisas? Ora, assim o professor terá começado a pensar filosoficamente o ensino de filosofia e só isso já pode ser um bom começo.

Filosofia ou filosofar
   Uma clássica questão que se levanta sobre a cisão entre filosofia e filosofar, desde Kant, é defender a impossibilidade de ensinar filosofia, sem filosofar. Para ele a filosofia é um saber que está sempre incompleto, está sempre em movimento, sempre aberto, sempre sendo feito e se revendo e por isso não pode ser capturado e ensinado. O ato de filosofar, por sua vez, seria composto de passos conscientes na análise e crítica dos sistemas filosóficos, exercitando o talento da razão, investigando seus princípios em tentativas filosóficas já existentes.
  A isso se contrapõe o exemplo de Hegel ao afirmar que quando se conhece o conteúdo da filosofia não apenas se está aprendendo a filosofar, mas que já se está filosofando propriamente. Daí que para ele não é possível ensinar filosofia sem ensinar a filosofar, assim como não é possível ensinar a filosofar sem ensinar filosofia.
Entre Kant e Hegel: pista livre para briga de cachorro grande

A vocação Formativa
   O ensino de filosofia deve ser produção de filosofia, deve ser filosofar. Isso pode parecer fácil de entender, porém não antes de se perguntar: Ora, mas para que ensinar filosofia para os jovens na escola? Qual o papel formativo da filosofia? Se a colocamos dentro da escola, é para que cumpra uma determinada função na formação da subjetividade do jovem estudante. E que função é essa?
   O justo é educar para oferecer condições para o educando conquistar o pensamento autônomo. O pensamento que conhece suas razões, que escolhe seus critérios, que é responsável, consciente de seus procedimentos e consequências e aberto a se corrigir. Pensamento criativo, capaz de rir de si mesmo, buscador de compreensão, sempre atento ao seu tamanho justo. Afirmamos que o ensino de filosofia como experiência filosófica pode desenvolver esse pensamento.

Experiência filosófica
   A aula de filosofia tem que ser uma experiência filosófica, dentro dessa ideia está a construção do aluno, criativamente por ele mesmo e também pelo professor. Mas Como fazer isso? Como passar por uma experiência filosófica? Exatamente como os filósofos fazem. Tudo deve partir das questões levantadas pelos próprios alunos, a filosofia surge como tentativa de elaboração de saídas para os problemas concretos.
   As aulas de filosófica como lugar da experiência filosófica, têm como objetivo oferecer critérios filosóficos para os alunos julgarem a realidade por meio da prática do questionamento filosófico e da construção de conceitos.

O professor de filosofia deve ser filósofo
   O professor de filosofia deve ser um filósofo, pois as aulas de filosofia são aulas de filosofar, elas são produção de filosofia. Nas aulas o professor não professa, não apregoa, não é depositário de verdades, ele é um super-herói às avessas: ele cria problemas, mas também é ele quem vai orientar sua solução.
   O professor vai ensinar a pensar filosoficamente, a organizar perguntas num problema filosófico, ler e escrever filosoficamente, a investigar e dialogar filosoficamente, avaliar filosoficamente, criar saídas filosóficas para o problema investigado. E vai ensinar tudo isso na prática e sem dar formulas a serem apenas reproduzidas. Durante suas aulas o professor também estará sendo formado.
Vender o peixe, mas não no grito.


O professor de filosofia é modelo
   O professor de filosofia tem que ser coerente com sua maneira de orientar o pensamento dos alunos, não deve haver um descompasso entre o que ele fala e faz. O professor de filosofia quer que o aluno seja ele mesmo, pois o aluno tem que ter o desejo de buscar o conhecimento. Quando o professor dá aula ele também vira um aprendiz.
   Nietzsche considera o professor de filosofia com um servo filosófico, pois o professor é escolhido e obrigado a submeter-se a atividades e horários predeterminados para pensar em público sobre coisas também predeterminadas. Ele tem o papel de orientar um grupo que estuda e investiga além de ter papel de provocar os alunos para que tenham ideias.




Aulas de Filosofia: espaço de criação
   Dizer que o professor produz filosofia em sala de aula não significa afirmar que ele faça isso apenas lá, ele pode desenvolver seu trabalho filosófico na universidade ou fora dela. Podendo haver assim um diálogo entre essas duas facetas, ensino e pesquisa desembocando numa só atividade de forma que um enriqueça a outra.
   As aulas de filosofia são lugar de estudo e produção filosófica, nela cada dia surge o novo, pois essas aulas são um espaço criação.
Poder pode ser só isso: um carimbo que dá permissão limitada.


Ensino filosófico de filosofia e poder
Quando organizamos pensamentos e ideias, estamos exercitamos o ato de filosofar. O aluno pode se submeter as vontades do mestre  e nunca jamais a sua inteligência no ato de ensinar e aprender existem duas vontades e duas inteligências .O papel do professor é orientar os alunos dando a eles espaço para o desenvolvimento autônomo de cada individuo, contribuindo com a formação de subjetividade original de cada aluno educando o outro para ser o outro.

Sendo o professor um pensador filosófico ele escolhe critérios, seleciona conteúdo, usa estratégias e instrumentos para programar seu curso, buscando conhecer a realidade da sala de aula e de seus alunos dando a cada um o poder de aprender filosofia, organizando as ideias e os pensamentos para a prática do ato de filosofar. Por isso não podemos separar filosofia do ato de filosofar, cada indivíduo busca dentro de si a vontade de expor novas ideias, novos pensamentos, buscando uma compreensão, uma saída,  na formação de um processo que esta sempre se formando, em busca de novos rumos e construindo um pensamento individual  e autônomo do mundo para o mundo.

Sai dessa. E entra em outro labirinto do J. L. Borges,
a biblioteca.


Texto integral no endereço a seguir:


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Alunas: Alexandrina de Fátima da Costa
              Isabella Ferreira Soares Santos
              Luana Xavier Mendes
              Thaís Ferreira Rocha

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