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sábado, 10 de dezembro de 2011

NÃO VAI DOER NADA - A FILOSOFIA QUE PODE CURAR

 NOTA DO EDITOR: Ontem, dia 9 de dezembro, tivemos nossa última aula do PIPPE. Alguns grupos apresentaram novos temas e, como a turma ficou muito à vontade, três grupos se prepararam para falar sobre Filosofia Clínica. Dois se apresentaram, misturando um pouco as conversas. E um só se manifestou hoje,  pois ontem a noite foi curta. Tudo bem. Essa coincidência revela o interesse pelo tema, a demanda. E os demais grupos poderão enviar também seu texto pronto e curto para publicação, servindo de complemento, sem repetição.

O texto sobre a Nova Acrópole está publicado aqui, em post anterior. As alunas que falaram sobre problemas de ergonomia e mobiliário na biblioteca da UFU, também podem enviar seu material para o post. Agradeço a todos e todas e em breve farei um comentário mais ou menos conclusivo do semestre (mas não da conversa e do blog, que seguirá adiante alegre e destemido, tipo "onde vais tu, garbosos infante?")

(PS.: A Juliana Juh poderá inserir imagens no seu post, pois perderam-se na caldeira deste Sony Veio, digo Vaio...)


Filosofia Clínica

A Filosofia Clínica é assim definida, por Lúcio Packter, o pioneiro e sistematizador desta abordagem filosófica no Brasil:
a) O uso do conhecimento filosófico à psicoterapia.
b) A atividade filosófica aplicada à terapia do indivíduo.
c) As teorias filosóficas empregadas às possibilidades do ser humano enquanto se realiza por si mesmo.
O processo clínico se inicia com o partilhante expondo as questões iniciais que lhe levaram a procurar atendimento psicoterapêutico, cabendo então ao Filósofo Clínico categorizar tais informações através de um procedimento clínico denominado de "Exames Categoriais" (para tanto existem cinco categorias que permitem a abstração da condição existencial em que o mesmo se encontra). Os Exames Categoriais diz respeito à localização existencial da pessoa(partilhante) Explorando as cinco categorias (Assunto, Circunstância, Lugar, Tempo e Relação), o filósofo forma um conceito bem estruturado do mundo da outra pessoa: uma representação para si mesmo da representação do outro.
Após os Exames Categoriais o Filósofo Clínico começa a "Colheita da Historicidade". Neste processo o partilhante lhe coloca, em linhas gerais, toda a sua história de vida. Após isso o Filósofo Clínico realiza o chamado "Processo Divisório", no qual são estabelecidas áreas de aprofundamento na historicidade do partilhante. O Filósofo Clínico então aplica o Submodo de Enraizamento, no qual ele vai em busca da origem de determinadas questões existenciais expostas pelo partilhante na sua historicidade. Durante este processo o Filósofo Clínico traçada a "Estrutura de Pensamento" do partilhante, dividida em 30 tópicos, os quais se associam e dividem em infinitas formas, conforme a singularidade de cada partilhante.
Traçada a Estrutura de Pensamento, o Filósofo Clínico estuda os possíveis submodos (procedimentos clínicos) que se utilizará para trabalhar as questões últimas do partilhante (e não mais os assuntos imediatos). Vale ressaltar que também são analisados os submodos informais, ou seja, as ferramentas que a própria Estrutura de Pensamento da pessoa já se utiliza para tratar das suas questões. Os submodos (modo de baixo para cima) são assim definidos numa referência de que os procedimentos devem partir das características da EP do partilhante e não de métodos prontos, ou seja, eles fluem do próprio partilhante (através de sua historicidade) e são aplicados em deferência às suas características singulares.
Uma grande inovação que a Filosofia Clínica traz, através de sua metodologia única de elaboração de Estruturas de Pensamentos Singulares, é o fato de poder se trabalhar os "elementos de predominância", podendo ser eles tanto Tópicos da EP, Submodos ou outros elementos diversos. Estas características, acrescidas do fato dela demonstrar uma eficácia em clínica considerada por muitos estudiosos como extraordinária (principalmente por psiquiatras), vem dando à Filosofia Clínica um status elogiado entre os profissionais de diversas áreas, desde a saúde, a educação, até o direito e a economia, dada sua maleabilidade e múltiplos campos de atuação.
Cabe ressaltar que em Filosofia Clínica os conceitos de doença e patologia deixam de existir, havendo, então, representações de mundo que originam maneiras singulares de existência. Em decorrência disso, fica explícito que a filosofia clínica não promove curas, mas auxilia na tentativa de resolução de choques estruturais que causam um mal-estar existencial à pessoa.
Crescendo exponencialmente, a Filosofia Clínica já ganhou espaço dentro de diversas instituições de ensino públicas e privadas, desde instituições internacionais até universidades federais, tendo sua atuação em diversos hospitais, centros psiquiátricos, instituições educacionais e órgãos públicos de todo o país.

Referências bibliográficas

PACKTER, Lúcio.Filosofia Clínica: propedêutica. 3ªed. Florianópolis: Garapuvu,2001.
Packter, Lúcio. Ana e o Dr. Finkelstein.
A Escuta e o Silêncio. Lições do Diálogo na Filosofia Clínica/Listening And Silence. Lessons from Dialog in Clinical Philosophy - Autor: Will Goya, 2008, Ed. UCG; Páginas: 422; ISBN 978-85-7103-496 in: www.willgoya.com
  1. Revista Psique - Editora Escala, nº1, pág. 66, 2005.
  2. [http://www2.uol.com.br/vyaestelar/filosofia_estrutura_pensamento.htm Filosofia / Entenda a Estrutura de Pensamento
  3. Cadernos Clínicos - Estrutura de Pensamento

Alunos: Lucas Nunes, Odélio Aparecido, Rafael Gonçalves, Ramon Benigno, Rubens de Carvalho

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